sexta-feira, 24 de junho de 2011

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Cronoanálise

“Todas as vezes que dermos a um operário uma tarefa bem definida a ser executada, numa forma pré-determinada e dentro de um tempo também definido, teremos um aumento de produção” (Taylor, F.W.).
A cronoanálise é um método para reduzir os desperdícios físicos dos operários e também a fadiga causada pelo excesso desses movimentos.
Para se trabalhar bem a cronoanálise é necessária a padronização dos meios de produção, com a determinação dos métodos simples, uniformidade do maquinário e mão de obra especializada.
Os Princípios de Descartes podem ser usados para melhorar os métodos de trabalho. São eles:
Ø  não aceitar nenhuma coisa como verdadeira, enquanto não for reconhecida como tal pela nossa razão;
Ø  dividir todos os problemas em elementos, o mais simples possível, para melhor resolvê-los;
Ø  ordenar os nossos pensamentos começando pelo elemento mais simples e fácil de compreensão e ir subindo, por degraus, aos mais complexos;
Ø   fazer sempre uma enumeração completa de todos os elementos evitando, assim, qualquer omissão. (Peroni, 1979).
É válido e muito importante para que a cronoanálise tenha um bom resultado, reduzir movimentos desnecessários, que o produto seja simplificado e sua sequência operacional seja de fácil entendimento e realização.  
Ø  reduzir movimentos:
O posicionamento das matérias-primas, cadeira, máquina, dentre outros, influenciam diretamente na quantidade de movimentos feitos para realizar o trabalho. É importante ficar atento a esses detalhes, pois geram um grande tempo desnecessário. Analisar e modificar essas deficiências, visando menor quantidade de movimentos e esforços, resultando naturalmente numa diminuição no tempo de processo.
Ø  simplificar o produto:
Há detalhes na peça que só agregam tempo, sendo que, se tirados não perdem a qualidade nas características do produto, além de facilitar o trabalho das costureiras. Neste caso é viável a sua simplificação para melhorar os resultados gerais.  
Ø  melhorar a sequência operacional:
Se cada operador realizar um mesmo trabalho de diferentes formas, com certeza o tempo gasto para a tarefa será diferente. Então é necessário padronizar realizando melhorias contínuas na sequência operacional de cada produto, o que decresce o tempo para realização da tarefa, visando sempre a qualidade.
Outros fatores que influenciam no tempo de realização das operações são a temperatura a que os trabalhadores e maquinários são submetidos, incidência de luz no ambiente, condições dos maquinários e equipamentos utilizados, máquinas devidamente ajustadas, movimentos manuais que podem ser substituídos.
Existem 2 tipos de folhas para registro dos tempos obtidos.
Ø  folha de análise de produto:
Nela constam os materiais usados, os tempos, as operações e inspeções necessárias para fabricação do produto;
Ø  folha de análise de operações:
São descritos os movimentos, tempos dos movimentos e os operadores que realizaram aquela tarefa.
Operários qualificados e bem treinados, com movimentos adequados, elevam seu ritmo de trabalho, reduzindo o esforço e, consequentemente, a fadiga nas operações estabelecidas.
Outros pontos relevantes são: o trabalho repetitivo, que gera aumento na habilidade do operador. Por consequência, diminui o tempo de execução da tarefa, aumenta a qualidade e a uniformidade do fluxo de trabalho, fazendo com que cada operador chegue ao seu rendimento máximo.
Os postos de trabalho devem estar de acordo com a finalidade produtiva, válido para todo o leiaute. Além disso, para uma melhor realização e resultado do trabalho é necessário que os postos de trabalho também se adéquem aos operadores (ergonomia), levando em consideração o nível da altura dos olhos e cotovelos do operador com relação à máquina e o produto a ser trabalhado, o assento, espaço para pernas, elevação do pedal, dentre outros.
Cronometrar é uma forma de medir o tempo, onde este é comparado com valores estabelecidos. Os valores estabelecidos são padrões de medidas.
Tempo padrão (TP): Engloba fatores e condições, e não somente leitura dos tempos. (Peroni, 1977-1979).
Material usado na cronometragem:
Ø  cronômetro;
Ø  prancheta;
Ø  folha de tempos.
Pontos importantes:
Ø  a quantidade de cronometragens varia de acordo com o critério adotado pela empresa;
Ø  a posição de trabalho normal do cronometrista é de pé, e é importante que tenha um jeito descontraído;
Ø  o cronometrista deve deixar o operário confiante e confortável com a sua presença;
Ø  deve explicar ao operador a razão de ele estar medindo os tempos da operação que ele está realizando. Isto é vital para o trabalho, tornando-o mais fácil de ser realizado.
O engenheiro de estudo de tempos deve ficar numa posição em que não distraia o operador, mas, na qual, com um simples movimento de olhos, possa observar-lhe os movimentos, o equipamento, os ponteiros do cronometro e o espaço para anotações na folha de estudo de tempos. (Maynard, 1970).
Durante a cronometragem é válido analisar o ritmo do operador, pois ele pode estar forçando seu ritmo quando este será definido como padrão, para posteriormente poder realizar o trabalho num ritmo baixo demais, resultando em tempo ocioso e alteração na produção.

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