sexta-feira, 24 de junho de 2011

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Cronoanalista

 Utiliza um cronômetro, prancheta, papel, lápis e borracha para a coleta dos dados da produção. Após a coleta utiliza-se uma calculadora para tratamento e análise dos dados.
O cronômetro pode apresentar os valores em minutos ou em centésimos de minutos. O primeiro é mais preciso, diminuindo o erro do tempo coletado, já no segundo, é necessária a transformação posterior dos valores para centesimal, o que o torna menos preciso. Porém é o mais utilizado por ter um valor agregado mais acessível se comparado ao primeiro cronômetro.

                                             FIGURA 06: Cronômetros: sexagesimal e centesimal

Os valores obtidos são colocados numa folha destinada ao estudo de tempos. Nela o cronoalista descreve para o produto em estudo, a sequência operacional. É definido quantas vezes é preciso registrar os tempos, o que varia de acordo com a ocorrência da operação, nível de dificuldade, dentre outros.
Logo em seguida, registra cada tempo obtido com o cronômetro. O cronômetro é acionado quando o operador pega na peça, e parado quando o operador começa o movimento para pegar a peça seguinte, quando novamente o cronometro é acionado.
Após todos os valores de tempo terem sido coletados em cada operação, é feita a análise dos dados. A princípio ultilizam-se operações básicas como soma e média. É adicionado ao tempo daquela operação, um valor gasto para manutenção corretiva, necessidades fisiológicas, dentre outras.
FIGURA 07: Folha de Estudo de Tempos da empresa Frama Confecções
Fonte: Frama Confecções, 2011.

É importante identificar cada operador do qual foram coletados os tempos de operação para futuros estudos, seja para desenvolvimento do operador naquela operação, otimizando seu tempo, nível produtivo entre os operadores, e para a classificação devido a qualificação: costureira A, costureira B, costureira C (onde a costureira C é mais qualificada que a B, que por sua vez é mais qualificada que a costureira A), resultando em aumento de produção e na qualidade dos produtos e das próprias costureiras.
 Os tempos obtidos na cronoanálise são usados como um dos parâmetros para definir o preço de venda das peças, pois ao cronometrar o tempo gasto para produzi-la obtemos o tempo gasto pelo operador para aquela peça, o valor agregado daquela peça, o nível de dificuldade e trabalho para realizar as suas operações.
Desta forma, estabelece também a capacidade produtiva da fábrica ou grupos de fábricas, que se transforma em metas para que as fábricas consigam alcançá-las ou até mesmo superá-las. Adotando o sistema VAC, a capacidade produtiva de cada fábrica é medida a cada 30 minutos. No final do dia é analisado quanto cada fábrica produziu de acordo com o que ela poderia ter produzido. Essa análise interfere diretamente no prêmio de produção.
É muito importante  e se torna um diferencial entre os cronoanalistas, acompanhar o operador que está sendo cronometrado com educação e carisma. A presença do cronoanalista pode provocar insegurança e medo no mesmo, deixando-o nervoso e sem condições de desenvolver o seu trabalho de forma natural. O operador tem que estar seguro da companhia do cronoalista e ciente que este profissional está disposto a ajudá-lo a melhorar seus tempos, qualidade de suas operações e consequentemente de seus produtos, valorizando-o não só como operador, mas como ser humano, razão de ser da humanidade.
A cronometragem também é feita para testes de admissão de novas costureiras e auxiliares.  O cronoalista deve ser bem preparado para ajudar na decisão de admitir ou não o funcionário, para não perder um excelente candidato ou aceitar outro que não está apto para aquela determinada função requerida. Neste caso é preciso observar atentamente como o cadidato desenvolve seu trabalho, se é disperso, nervoso, atencioso, caprichoso, curioso e com as devidas características para a função da qual se candidatou.
A partir de pesquisas, observação e dos conhecimentos obtidos durante o curso de Engenharia de Produção até o momento, a aluna desenvolveu melhorias de redução nos tempos de confecção das peças, através da concientização e do treinamento às costureiras.
Uma melhoria feita foi na mudança nos métodos de trabalho de duas costureiras que realizavam a mesma operação em ritmo e posicionamento das matérias-primas diferentes. O tempo de operação do trabalho de uma era maior do que o da outra, e ambas estavam com o tempo cronometrado alto. Foi aproveitado o ponto forte de cada uma delas: a primeira costureira era melhor no ritmo e no desenvolvimento durante a costura, da qual fazia continuamente sem interrupções. A segunda organizava as matérias-primas primeiro, antes de costurar, de forma a facilitar na hora de pegá-las, reduzindo os movimentos durante a operação.
Foi realizado anteriormente, durante a observação, a coleta dos tempos. Então, foi demostrado para uma, o potencial da outra. E logo após, realizaram a operação novamente, mas utilizando os mesmos critérios, ou seja, utilizando o melhor de ambas.
Foram coletados novos tempos e os resultados foram apresentados às duas costureiras imediatamente: o tempo de operação de ambas reduziu pela metade e o trabalho foi feito por ambas em tempos iguais.
Com esta proposta, elas melhoram o tempos de produção e criou-se ambiente de satisfeição e entusiasmo entre elas pela melhoria feita por elas mesmas, sem aumentar o esforço e a velocidade de operação.
Outra aplicação foi para classificação das costureiras em A, B e C, adotado pela empresa de acordo com a qualificação da profissional.
Neste caso, a costureira que estava em análise para mudança de classificação, era cronometrada diariamente, sendo observados postura, atenção, comprometimento e qualidade durante as operações, senso crítico para melhorias, rendimento durante as cronometragens para posterior comparação.
Durante a observação e cronometragem, a aluna fez interferências através de sugestões e testes de melhoria na forma como a costureira trabalhava e se desenvolvia. Também foi possível trabalhar o lado motivacional das costureiras, atentando para o crescimento profissional sem gerar desgaste.
O resultado foi bastante positivo. As costureiras conseguiram a classificação através da qualidade e melhoria do próprio serviço, o que refletiu diretamente nas fábricas, que “ganharam” costureiras mais qualificadas e polivalentes. Para aquelas que não conseguiram a classificação, o trabalho não parou, e a aluna, junto com as costureiras, se dedicou auxiliando-a para conseguir a classificação no mês seguinte.
Foi percebido pela aluna que partir do momento que a costureira não se sente trabalhando sozinha e vê que tem alguém disposto a ajudá-la no seu desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional, ela trabalha com mais satisfação, entusiasmo e dedicação, atenta aos resultados, preocupada em melhorá-los e passa a perceber que se o resultado da empresa melhora, o resultado para todos que ali trabalham melhora também.
Fica evidente o quanto a cronoanálise é necessária para a empresa. Cronoanalistas bem treinados e capacitados são muito importantes para a realização de um bom trabalho, contribuindo para o desenvolvimento da empresa. Cronoanalista que tenha as características de lider servidor, segundo conceito de Hunter (2005), além de desenvolver as atividades próprias da cronoanálise, motiva os operadores a se desenvolverem, a se adequarem a novas formas de executar suas tarefas, a melhorar suas habilidades pessoais e profissionais.

5 comentários:

  1. Ola gostaria de saber sobre se a cronoanalista tambem faz o balanceamento das pessoas no setor?

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  2. Ola gostaria de saber sobre se a cronoanalista tambem faz o balanceamento das pessoas no setor?

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  3. Sou cronoalista...trabalho na área da lavanderia. Cm fazer um balançeamento correto para esse tipo de setor

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  4. Olá, o cronoanálista é responsavél pelo balanceamento do tempo e das pessoas, o mais importante é saber onde se quer chegar, a meta de produção necessária.

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